domingo, 10 de junho de 2018

Comix Zone. Um arcade em casa.





Historia:

Sketch  Turner, é um pé rapado ,músico rockeiro , que está encarando uma nova empreitada  como cartunista desenhando e escrevendo um novo gib rotulado de Comix Zone. O quadrinho conta a historia de um novo Império na luta para  defender a Terra da invasão de alienígenas renegados, historia inspirada em seus proprios sonhos e pesadelos (Estranhamente realistas ).

Certa noite, enquanto Sketch  está trabalhando no Gibi uma chuva torrencial cai na cidade, um raio atinge uma pagina na qual trabalhava , subitamente o principal vilão do Gibi Comix Zone o poderoso mutante chamado Mortus consegue escapar  da revista em quadrinhos, tendo como único objetivo matar Sketch certo de que isso o fara de carne e osso no mundo real ja que não passa de um desenho inofensivo , agora momentaneamente no controle  Mortus envia Sketch para dentro do Gibi e começa a desenhar a historia a sua maneira , criando monstros e inimigos deliberadamente para  matar seu criador e tomar seu lugar.




Mesmo sendo de carne e osso Sketch esta preso dentro das paginas do Gibi , logo de cara ele encontra sua outra criação Alissa Cyan, que acredita piamente que Turner  é uma especie de heroi que veio para salvar o mundo pós-apocalíptico das garras de Mortus e os invasores alienígenas, para ela Tuner é o "escolhido".
Ignorando a situação Alissa o envia  em uma missão, sempre mantendo contato com instruções e dicas via rádio.
Atmosfera dos HQs undergrounds é a tônica deste clássico da SEGA
Só resta a Sketch obedecer e ir a fundo na historia para encontrar um meio de desfazer esta confusão antes que seja morto em sua própria criação.



Gráficos característicos:

A inovação Comix Zone em si começa nos gráficos, uma tela branca com um logo se contorcendo em preto e branco ja chega surpreendendo o jogador logo na entrada chutando pra longe o clichê da tradicional  fundo preto com o logo polido que vinha reluzindo desde a década de 80 praticamente. Um pouco mais a frente o jogo ja mostra seu deferencial com uma tela de inicio se desenrolando como papel  trazendo um traço evidente das HQs norte americanas diferente das tradicionais imagens pre-digitalizadas que ficaram conhecidas em jogos como Sonic  , o peso do Stroke nos sprites realçam os personagens lembrando o tom marcante das paginas em nakim em tempos que os quadrinhos ainda não tinham sido contaminados pelo computador , a aparência não é dos gibis tradicionais como Spider Man e Batman onde a anatomia física é quase sempre uma regra( Eu disse quase) , Comix Zone é diferente e ja vem carregado com o traço moderno caricato e escrachado que ficou amplamente conhecido nos Gibis "undergrounds" e toda a sua acidez que teve la sua origem na década de 60 é verdade , o herói despojado "frágil" vestido em trajes civis sem super poderes é bem característico do gênero, as cores extremamente vivas do console ja são meio caminho andado para a proposta dos criadores, um jogo com toda a cara do Mega que sempre teve estilo próprio cheio de rebeldia.

Os sprites são grandes que junto a outros objetos soltos pelo cenário conseguem saturar o processador do Mega pela primeira vez por varias vezes durante a curta jornada, uma falha evidente na concepção que devia ter sido detectada pelos testadores do jogo tendo em vista que elementos inteiros tendem a sumir em alguns momentos, mas nada que prejudique o titulo , provavelmente muita gente nem vai notar.

Outra característica própria vinda diretamente dos quadrinhos que se encaixa perfeitamente no mundo dos games é a forma com que os personagens conversam durante o jogo, atravez de balões sobre as cabeças , (afinal estamos em um Gibi), é simplesmente perfeito nos fazendo perguntar porque não fizeram antes em uma geração de poucos recursos ,  na maioria das vezes a papo rola durante as lutas sem qualquer interrupção na ação , bem ao estilo Peter Parker de ser inclusive no tom sarcástico dando um de dono da situação.



Som:

Test one two SeeeEEGA!.... O logo da abertura não inova somente no visual único , junto a ele uma voz grave meio debochada repedindo a fala corriqueira dos músicos quando testam o sistema de som antes de uma gravação qualquer , afinal alem de cartunista nosso protagonista deprimido é musico também, tipico artista do qual se tem aos montes por ai se matando para sobreviver  ,  e nada melhor para compor o estilo Comix Zone de ser do que uma trilha sonora Grunge ao fundo ,o  underground da musica moderna , composta por  Howard Drossin a batida é claramente uma referencia ao tom musical da geração 90 , bem agressivo que ainda fazia presença naqueles tempos , justamente em 94 ano que o jogo começou a ser produzido onde bandas como Nirvana e Pearl Jam tiveram seus ápices.

Em se tratando de FX o jogo agrada ainda mais , a qualidade das digitalizações estão em cima , logo na entrada se percebe o potencial do chip de som do console tão difamado injustamente pela ignorância fanboy, despeito puro das marionetes . Os gritos espalhafatosos de Hu! YAH! de Turner são bem ao nível de seriado japonês daqueles que passam as 4 da tarde, "ala Power Rangers" mesmo, fazendo jus ao seu Kung Fu canastrão avacalhado   , os sons de socos e gritos dos adversários só fazem instigar o jogador a querer bater mais e mais alem de serem bem engraçados.
A mão do vilão desenhando em tempo real enquanto Turner se pendura nos espaços entre os quadros, originalidade total.


Jogabilidade:

Assim como a historia os controles do jogo são extremamente simples , a intuitividade prevalece e não é necessário esquentar a cuca decorando sequencias mirabolantes apesar do titulo lembrar muito um jogo de round que esta sempre em evolução, apenas um botão faz as vezes de soco e chute variando apenas com a mudança de direção, Turner faz de tudo um pouco sem a menor dificuldade com seu estilão marrento , de voadora a balão , a rodada de pé , rasteira e ganchão, mostrando que não é preciso tanto botão pra se fazer um ótimo jogo de luta, basta ser criativo.

No fim das contas Comix Zone é como se fosse um jogo de versus ja que a luta se limita a quadrantes do Gibi cada qual com seu cenário onde Tuner salta literalmente de um para o outro a cada fim de "round" , mais uma característica original trazida pelo clássico da Sega americana, Turner se agarra as tiras brancas que separam um quadro e outro para progredir nas paginas , na maioria das vezes o jogador escolhe o próximo quadrante que vai lutar por meio de setas chamativas. Esgotado-se os quadrinhos a folha vira mudando de fase.

O sistema de administração de itens também e novo , acima da barra de energia ha 3 espaços a serem preenchidos de forma que os itens fiquem todos visíveis ao mesmo tempo para o jogador dando uma ideia rápida do que se pode fazer sem a necessidade de pausar , a forma com que são acessados também é dinâmica ja que cada quadro corresponde a um botão superior do controle , no caso XYZ.

Efeitos sonoros bem dramáticos, o prazer de se distribuir bolachas aqui se compara ao de Street Of Rage. 
Quando enviado para dentro do Gibi Tuner acabou levando junto seu animalzinho de estimação , uma baita de uma ratazana que preenche um espaço no seu inventario boa parte do jogo, mas que se mostra um pet bem útil rasgando literalmente pedaços das paginas revelando itens escondidos, basta solta-la (ratazana) em um quadrante e ela inicia sua busca farejando cada cantinho. Ela pode ser solta durante as batalhas podendo distrair inimigos com choques elétricos...(Em um jogo onde o cara vai parar dentro do Gibi tão facilmente você não vai querer saber porque um rato da choque ne) Mas o bicho diz a que veio mesmo quando revela sua capacidade de puxar alavancas inacessíveis para Turner, esta sim uma tarefa vital deste estranho personagem.



Casualmente complicado:

Comix Zone não é um jogo longo, pelo contrario , deveria ter recebido mais atenção nesse quesito é verdade , sequer tem passwords , não é do tipo pra ficar meses martelado para se conseguir algo , é na verdade  um arcade feito pra casa , essa e a melhor definição que tenho pra esse titulo, um jogo "casual" pra se jogar em uma tarde e pronto. Mas nem por isso ele deixa de ser interessante  , na verdade Comix Zone é um daqueles épicos que consegue agradar gregos e troianos sendo breve mas desafiador ao mesmo tempo pois não se trata de um titulo fácil, são poucas as chaces para preencher a barra de porcentagem que aparece ao final de cada fase. Um jogo que inova em vários quesitos de uma só vez surpreendendo maravilhosamente no final da geração 16 bits onde ja não se esperava muita coisa da Sega que ja tinha la outros interesses no memento , não chega a ser a cereja do bolo como dizem por ai mas passa bem perto, e com certeza e não pode faltar na prateleira do OldSchool...

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